ENCICLOPÉDIA DOS MINERAIS DO BRASIL - INOSSILICATOS

Dois mineralogistas incansáveis presenteiam a comunidade científica com a Enciclopédia dos Minerais do Brasil. Oito volumes, dos dez previs-tos, já foram publicados, nos quais os autores descrevem com textos e imagens, o complexo e variado universo dos minerais brasileiros e, iniciam a reedição da obra, revista e atualizada, o que vem a demonstrar o índice de aceitação da mesma.

Assim sendo, vão dissecando esse grandioso universo dos minerais que ocorrem em nosso país, com sua correta nomenclatura, composições químicas, propriedades e ocorrências, tudo baseado numa sólida base bi-bliográfica, em que vão abordando uma a uma, as principais províncias geotectônicas do Brasil.

Nesta edição, que tenho o prazer de apresentar, os Drs. Paulo Neves e Daniel Atencio mantêm a excelência dos textos anteriores, atendendo a exigência científica na caracterização das espécimes minerais da subclasse dos Inossilicatos, aliada a uma linguagem acessível e necessária para cativar todos os interessados, geocientistas e leigos, nesta imensa temática.

Apesar do grande incremento havido na mineralogia brasileira nos últimos anos, com o uso cada vez mais intensivo de técnicas analíticas modernas, sem as quais seria impossível a determinação de espécies-tipo, ou até mesmo de espécies raras, aparecendo muitas vezes como inclusões sólidas ou, então, em dimensões muito reduzidas, no que tange à sistemática, estamos ainda bastante atrasados. É comum vermos, em artigos científicos e em livros didáticos, classificações, composições químicas e até mesmo os nomes de determinadas espécies escritos de maneira incorreta. Com Enciclopé dia dos Minerais do Brasil, fruto do Programa de Pós-doutoramento desenvolvido pelo primeiro autor, no Departamento de Mineralogia e Geotectônica da Universidade de São Paulo, pretende-se apresentar um cadastramento da mineralogia brasileira, desde os primórdios da invasão portuguesa no território, atualmente conhecido como Brasil, até os dias atuais, com base na literatura mineralógica produzida em nosso país.

O primeiro compêndio trouxe à luz as classes mineralógicas dos Elementos Nativos (1.A-1.D) e Halogenetos (3.A-3.D) (NEVES; ATENCIO, 2013, 2019); o segundo vo-

lume trouxe a classe dos Sulfetos (2.A-2.F) e Sulfossais (2.G-2.K) (NEVES; ATENCIO,

2014); o terceiro a classe dos Óxidos (4.A-4.E) e dos Hidróxidos (4.F- 4.G) (NEVES;

ATENCIO, 2015); o quarto a classe dos Carbonatos (5.A-5.N), Sulfatos (7.A-7.G) e Combinações Orgânicas (10.A) (NEVES; ATENCIO, 2016); o quinto a classe dos Fosfatos, Ar-seniatos e Vanadiatos (8-A-8F) (NEVES; ATENCIO, 2017); o sexto a subclasse dos Tec-

tossilicatos (4.D - 9.F-9.H), incluindo os polimorfos da sílica (NEVES; ATENCIO, 2018);

e o sétimo a subclasse dos Filossilicatos (NEVES; ATENCIO, 2019). Este oitavo volume traz a subclasse dos Inossilicatos (9.D), com os grupos dos piroxênios e dos anfibólios.

A base nomenclatural utilizada é a de Strunz e Nickel (2001), com atualizações de Nickel e Nichols (2009). Para base mineralógica e composições químicas utilizou-se

The New IMA List of Minerals - A Work in Progress - Updated: July 2022, disponivel

em http://cnmnc.main.jp/. As diversas imagens que ilustram o texto são preferencialmente de ocorrências brasileiras. Em muitos casos, entretanto, devido à inexistência de registros fotográficos brasileiros das espécies consideradas, recorremos a coleções provenientes do exterior, com imagens de minerais de procedências externas.